terça-feira, 21 de maio de 2013

PROJECTAR COM ALVAR AALTO


ALVAR AALTO, um dos principais pioneiros do Movimento Moderno da Arquitectura do Século XX, será o tema central da próxima sessão PROJECTAR, que terá lugar em MAÇÃO, esta quinta-feira, dia 23 de Maio, pelas 21h30, no Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira.

Hugo Alvar Henrik Aalto nasceu a 3 de Fevereiro de 1898 em Kuortane, na Finlândia. Ainda na infância, muda-se com a família  para Jyväskyla, na Finlândia Central, onde faz os seus estudos de base. Em 1916 ingressa no Instituto Tecnológico de Helsinquia (depois Universidade de Tecnologia de Helsínquia e actualmente parte da Universidade Aalto) onde se formou em Arquitectura em 1921, com distinção.

Após viajar pela Europa, regressa a Jyväskyla, onde estabelece o seu primeiro atelier, em 1923. Em 1925 casa com Aino Marsio, também arquitecta, passando a lua de mel na Itália, consolidando uma importante relação com a cultura e arquitectura mediterrânica que o irá marcar para o resto da sua vida. O casal tem dois filhos, Johanna em 1925 e Hamilkar em 1928. Em 1927, mudam o seu atelier para Turku, e em 1931 para Helsínquia.

Embora as suas primeiras obras sigam a linha do Classicismo Nórdico, cedo começou a adoptar os princípios do Modernismo, numa arquitectura funcionalista com uma abordagem humanista que lhe dá um cunho pessoal, de que se destacam o Sanatório em Paimio (1929-32) e a Biblioteca de Viipuri (1927-35), que desde logo lhe dão projecção internacional.

Tornou-se membro do Congresso Internacional de Arquitectura Moderna (CIAM), assistindo aos segundo  e quarto congressos, em Frankfurt (1929) e Atenas (1933), período durante o qual segue de perto o trabalho de Le Corbusier, com quem se encontra em Paris.

Paralelamente ou como extensão da sua arquitectura, concebe mobiliário e iluminação numa combinação de sentido prático e estético com requisitos de produção em série, cujo sucesso e aumento de encomendas o leva a fundar com Aino Aalto, Maire Gullichsen e Nils-Gustav Hahl a empresa Artek em 1935. Ainda no que se refere a design, Aalto explorou novas formas de trabalhar o vidro em geometrias livres inspiradas na forma dos lagos da sua terra natal.

A partir de final dos anos 1930, a expressão da arquitectura de Alvar Aalto é enriquecida com o uso de formas orgânicas,  materiais naturais e uma crescente liberdade na composição dos espaços. Um primeiro exemplo desta abordagem é o Pavilhão da Finlândia para a Feira Mundial de Nova Iorque em 1939, considerado por Frank Lloyd Wright como uma "obra de génio".

Este experimentalismo é levado mais longe no projecto da Villa Mairea (1939) em Noormarkku, a residência privada do casal Harry and Maire Gullichsen, no qual consegue fazer uma síntese de vários temas e influências, desde a arquitectutra vernacular finlandesa ao purismo modernista, passando pela arquitectura britânica e japonesa.

Em 1941 é convidado para dar aulas no MIT, nos Estados Unidos, para onde projecta a residência de estudantes Baker House, concluída em 1948. Neste edifício faz uso do tijolo maciço, material que vai voltar a explorar e experimentar intensamente nos projectos seguintes.

Em 1949, a sua esposa e colaboradora, Aino Aalto, morre vítima de cancro. Volta a casar em 1952 com a arquitecta Elissa Mäkiniemi, que com ele colaborava como assistente no seu atelier, para quem projectou e construiu uma casa de verão em Muuratsalo, na Finlândia Central, denominada Casa Experimental (1957).

Dos anos 1950 em diante, o trabalho de Alvar Aalto vai centrar-se principalmente em projectos para edifícios públicos, como vários edifícios do novo campus da Universidade de Tecnologia de Helsínquia (a partir de 1950), a Câmara Municipal de Säynätsalo (1948-52), o Instituto de Pedagogia de Jyväskylä, actualmente Universidade de Jyväskylä (1951-57), e a casa de Cultura em Helsínquia (1952-56).

Também desenvolveu projectos de desenho urbano, e de entre os seus planos que foram concretizados destacam-se o centro urbano de Seinäjoki (1956-65/87), o centro urbano de Rovaniemi (1963-76/88) e o parcialmente realizado centro cultural e administrativo de Jyväskylä (1970-82).

Desde os anos 1950, o trabalho de Alvar Aalto ultrapassa as fronteiras do seu país, sendo vários edifícios seus construídos noutros paises, como o Museu Kusten de Arte Moderna, em Aalborg, Dinamarca (1958-72), ou a Opera de Essen, na Alemanha (1959-88).

Após a sua morte a 11 de Maio de 1976, várias das suas obras foram concluídas sob orientação da sua viúva Elissa, que assumiu a direcção do seu atelier. Estima-se que a sua obra totaliza mais de meio milhar de projectos, dos quais cerca de três centenas foram construídos.

Entre muitas distinções e prémios, Alvar Aalto recebeu a Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects (RIBA), em 1957, a Medalha de Ouro do American Institute of Architects (AIA), em 1963, e a Medalha com o seu nome em 1967. Foi também membro da Academia da Finlândia, sendo seu presidente de 1963 a 1968.






Apoio:
Município de Mação


PROGRAMA:

23 de Maio, 21h30
Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, Mação
Alvar Aalto - Visão para um Mundo Melhor
(1998, Eeva Vuorenpää, 54')

20 de Junho, 18h30
Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, Torres Novas
O Divino Miguel Ângelo
(2004, Tim Dunn e Stuart Elliott, 118')

Estas sessões obtiveram a validação de 1 crédito cada no âmbito da formação obrigatória em temáticas opcionais dos estágios de ingresso na O.A.

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